viernes, 4 de enero de 2013

CEEFERINO

Non seria eu un galego a escarnecer despois de morto o colega Manuel Ceferino. Moito tínhamos em comum cando ele era vivo, moito mais em comúm teremos cando eu esteja morto.


Ambos nos esforzamos póla conquista da nosa autonomia. Eu tivem mais suceso, pois levo no barco 73 anos, menos um chisquiño; o Ceferino abandonou a chalana antes de realizar a sexagésima sesta volta ao redor do lume que alumia a nosa abóboda. Um fixo ciências econômicas na compostela universidade, o outro currou as mesmas faculdades na San Andres, escola vinculada a USP, e na San Caetano, na área de pos graduación administrativa.

Na miña memória guardo  aquele dia em que fui convidado a abandonar a empresa de origem sueca e, na rua, os sindicalistas exortavam a invadir uma outra fábrica que non tiña aderido à folga. Eu estava ao lado do presidente  do mais grande sindicato ao sul do equador.  Para minha sorte eu percebín a chegada de um emisario que susurraba no ouvido do presidente palabras de preocupación. O portón de ferro da industria sitiada cedeu baixo a forza do músaculo obrero. Eu pude observar como os obreiros no interior da nave industrial corriam apavorados para buscar refugio. Tamén observei como o diretor e mais dous ou três assistentes recuabam, entraban no interior de um jeep e picabam mula, desaparecendo do lugar.

Desconfiado, eu non entrei na fabrica e me afastei da escaramuza caminhando para os altos de uma ponte, por riba do caminho do trem. Em pouco tempo apareceu a cavalaria e, com as ferraduras das patas e o porrete nas mans, a folga foi rapidamente disolvida, com o saldo de um morto e moitos feridos. Como curiosidade a añadir a este conto, um joven, cinco anos mais joven ca eu, e que cursou o SENAI do Bras coma eu, sem entender o que se pasaba, buscou refugio na mesma ponte.

Esse mesmo joven,  catorce anos depois firmaria o documento que me habilitava formar parte de um outro grande sindicato. Ele era presidente, eu era economista com futuro promissor na mayor empresa do ramo automobilístico.  A partir de esta filiação sindical o joven foi subindo, subindo ata cair na carcel da ditadura militar, donde ficou cautivo por um mês. Libre dos ferrollos, o emigrante vindo de Garañuns subiria ao pódio  na gobernanza de um pais moi grande e moi rico do mundo. Por meu lado, eu fui caindo e caindo e, mesmo sendo convidado numerado a uma palestra com a presença do Presidente da República e tamén a um encontro co Rey do Reino da España na Casa de Cervantes, na miña queda o meu corpo jamais deixou de rolar, e continua rolando ata hoje. Cousas do destino, grazas a Deus.

Non son os estatutos nen a constitución o que faz acontecer. Pode ajudar, se utilizado para o bem. Tamén pode ferrar. Com clavos muito largos o casco fura, a ferida se infeta e o corpo padece. Como já vam anos abondo, dicilo cabe agora: uma carrada de diplomas pode ser peor do que uma carrada de esterco. O esterco aduba a terra; os diplomas, se bem é verdade que fertilizan a alma, cuando o corpo fallece, non resisten a investida do estrume na modalidade de gusano.

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