jueves, 16 de abril de 2009

SOPA DE PIEDRA

Competitividad y mensaje en ciclos repitentes.

Todo joven encarna la sociedad joven como todo viejo refleja la sociedad que ya fue. Cosa diferente puede ser que una generación que ya maduró sea muy diferente de otra que está en fase de maturación. De cualquier modo, los frutos tienen siempre su particular acidez y se saborean al particular gusto, que puede variar en relación al aporte marginal de bienestar que proporciona en un determinado y preciso momento.

De momento, no veo caldo espeso en el viejo puchero  que hierve en la lareira. Eso sí, su hervor, fluido y cristalino, hace mucho ruido por el incesante burbujear del agua a través de algunas piedras depositadas en su fondo. De algún modo,  su borboteo estimula la esperanza de quien tiene sed de justicia. Habrá que esperar para sentir el milagro. Habrá que esperar para saber que los hábitos, que vestirán el moje en el recinto de un austero hórreo, producirán el milagro esperado por el cenobita gallego, o se revelarán la tradicional gran farsa aplicada sobre una sufrida sociedad.

SOPA DE PEDRA, conto tradicional português

A Sopa da Pedra é uma especialidade de Almeirim. Conta-se que o primeiro homem a fazê-la foi um frade lambareiro e espertalhão…

Um frade andava no peditório. Chegou à porta de um lavrador, mas não lhe quiseram aí dar nada. O frade estava a cair de fome e disse:
- Vou ver se faço um caldinho de pedra.
E pegou numa pedra do chão, sacudiu-lhe a terra e pôs-se a olhar para ela, como para ver se era boa para um caldo. A gente da casa pôs-se a rir do frade e daquela lembrança. Diz o frade:
- Então nunca comeram caldo de pedra? Só lhes digo que é uma coisa muito boa.
Responderam-lhe:
- Sempre queremos ver isso.
Foi o que o frade quis ouvir. Depois de ter lavado a pedra, pediu:
- Se me emprestassem aí um pucarinho…
Deram-lhe uma panela de barro. Ele encheu-a de água e deitou-lhe a pedra dentro.
- Agora, se me deixassem estar a panelinha aí, ao pé das brasas…
Deixaram. Assim que a panela começou a chiar, disse ele:
- Com um bocadinho de unto é que o caldo ficava a primor!
Foram-lhe buscar um pedaço de unto. Ferveu, ferveu, e a gente da casa pasmada para o que via.
O frade, provando o caldo:
- Está um nadinha insosso. Bem precisa duma pedrinha de sal.
Também lhe deram o sal. Temperou, provou, e disse:
- Agora é que, com uns olhinhos de couve, ficava que até os anjos o comeriam.
A dona da casa foi à horta e trouxe-lhe duas couves. O frade limpou-as e ripou-as com os dedos e deitou as folhas na panela. Quando os olhos já estavam aferventados, arriscou:
- Ai! um naquinho de chouriça é que lhe dava uma graça!…
Trouxeram-lhe um pedaço de chouriço. Ele pô-lo na panela e, enquanto se cozia, tirou do alforge pão e arranjou-se para comer com vagar. O caldo cheirava que era um regalo.
Comeu e lambeu o beiço.
Depois de despejada a panela, ficou a pedra no fundo.
A gente da casa, que estava com os olhos nele, perguntou-lhe:
- Ó senhor frade, então a pedra?
- A pedra… lavo-a e levo-a comigo para outra vez.


No hay comentarios:

Publicar un comentario