martes, 27 de octubre de 2015

CARDOS E ABROLHOS

Querendo conhecer, saber, interpretar e avaliar o que o governo fez, faz ou deve fazer, o eclético discípulo pergunta ao Guru, seu mestre. - Diga-me, senhor, daquilo que o governo faz, o que nós devemos tomar conhecimento?

Pela atonia da enclítica palavra, o verbo descarrega sua ação sobre o nome que o complementa. É questão de pura exegese nos casos que convém e não contenham impurezas no ranço das questões públicas aderentes às causas de interesse próprio. O tribunal de contas, extremamente competente, extrapola agora o seu poder, ao por o alvo no ponto de mira, a respeito do qual, no passado foi laxista, leniente, na aplicação do correspondente analgésico, alivioconsolo, para as dores de cabeça que flutuam no nosso entorno. De repente, se elege supremo da nação para julgar o executivo e punir o passado, pedalando a maquina do castigo.

É parecer do nobre mestre, político da extinta autocracia, que o imposto do cheque venha a nós pela vontade dos nossos políticos, que dificilmente votaram lei que imponha o dever de pagar. A credibilidade é baixa e a frouxidão complica a desarmada política de quem diz o que diz e do jeito que o diz. Não havendo possibilidade para o propósito, as possibilidades são poucas. Aqui está o segredo do interesse por tão radical medida, proposta de lei nas considerações do ministro, tão alagado por guru e discípulo nos lenços previamente jogados ao vento.

A economia está em recessão, não precisamos que o digam, o sentimos com todos os sentidos. A inadimplência ocorre por força de juros extorsivos que a inflação consegue complicar e o desemprego também. 
A união já não faz a força, o petróleo só deixa ricos aos que o produzem na Arábia, terra de Ali Baba. Aqui, todos os quarenta são pobres ou estão na cadeia. O bom senso não prospera. E tu, com cardos e abrolhos nos joelhos, o que pensas ao rezar?

No hay comentarios:

Publicar un comentario