martes, 19 de mayo de 2009

A LINGUA DE EUCLIDES


Minha cara Margariña Valderrama:

http://www.elcorreogallego.es/opinion/ecg/falar-sentir-galego/idEdicion-2009-05-19/idNoticia-428102/

 Eu também recordo a primeira vez que escrevi no galego de Machado de Assis, lá pelas bandas de 1961. Foi uma loucura e um desastre, quase como tinha sido a famosa cruzada marítima de Felipe II, na sua época, rei dos brasileiros. Escuso lhe dizer que fui salvo da taboa do cadafalso graças ao bom trabalho do meu primeiro professor Javier Racedo e da senhorinha Carmiña, artífices na transmissão dos ensinamentos de Euclides.

 Eu estava sendo examinado nas aptidões exigidas como postulante a um determinado cargo numa empresa multinacional de origem sueca. Antes de ser eliminado, uma centelha iluminou a cachola do meu examinador (um jovem engenheiro industrial de origem judeu); queria saber como uma pessoa tão ignorante da ortografia portuguesa era capaz de desenvolver um raciocino perfeito na língua dos números. Ao descobrir que eu era espanhol, caiu-lhe a ficha. A minha língua euclidiana era apta ao labor das técnicas metalúrgicas, sabia que o conhecimento formal na arte de comunicar na fala prevalente entre os colegas de trabalho seria questão de tempo e interes.

 Pela abertura da boca somente podes-se emitir unha só palavra paralela com sentido determinado.

  Não foi este o postulado fundamental de Euclides, base de todo conhecimento geométrico de que dispomos. Claro, todos o sabemos, porem vem a conto na atual trifilia arquitetada desde o reino bracarense.

 Lobachevski, com seu cálculo de tensiones, aparece pra lhe botar um no na garganta de Euclides, derrubando o seu quinto postulado com um magistral golpe da geometria imaginaria.

 Ninguém deveria explicar isto num pais democrático em que o povo escolhe seus representantes pela via torta com aspirantes escondidos numa caixa preta. Porem os postulados de Euclides navegam por aqui, aí e acolá  e até agora nenhuma autoridade lhe pus arreio nas costas nem viseira nos olhos.

 Por exemplo:

 I.- Determinados dois pontos, um em Santiago e outro em Madrid, podemos traçar uma palavra que os una. A mesma coisa para Madrid e Lisboa ou para Santiago e São Paulo.

 II.- Qualquer palavra pode ser modificada no entroncamento do seu sentido.

 III.- Desde qualquer ponto e um radio indefinido podemos encontrar território para uma palavra qualquer.

 IV.- Todas palavras que são iguais podem ter significados diferentes.

 V.- Se uma palavra, ao cruzar com outras duas, adquire um significado menor , essas mesmas palavras prolongadas indefinidamente perderão o seu sentido.

 Afectuosos sentimientos, de cariñosa reciprocidad, por la profesora madrileña.

 

No hay comentarios:

Publicar un comentario